O Estado Contra o Bitcoin

Você está preparado pra lutar pela sua soberania financeira?

Bitcoin é tema central nas eleições dos EUA

Não se engane: os políticos NÃO SÃO seus amigos, e nunca serão... O Estado sempre buscará formas de extrair riqueza daqueles indivíduos que realmente a produzem… caso contrário ele não pode mais existir.

Durante muitos anos, muitos críticos alegavam que o Estado eventualmente iria banir o Bitcoin, pois ele era uma sentença de morte para o poder central e para o dinheiro fiduciário.

Semana passada, Donald Trump participou da Libertarian National Convention, onde ele fez promessas que deram o que falar: ele prometeu que, se eleito, vai reverter a sentença de Ross Ulbricht, fundador do Silk Road, protegerá o direito dos cidadãos americanos a fazer autocustódia, e vai banir a criação de CBDC nos EUA.

Esse é um acontecimento relevante dado que nas últimas semanas estamos acompanhando uma postura cada vez mais persecutória do governo Biden em relação a desenvolvedores e empresas como a Samourai Wallet, carteira de Bitcoin que oferecia soluções focadas em privacidade.

Os EUA vêm se tornando uma jurisdição cada vez mais complexa para bitcoinheiros, como ressaltei aqui na Newsletter semana retrasada. Será que Donald Trump e o Partido Republicano enxergaram uma oportunidade de angariar milhões de votos dos bitcoinheiros e entusiastas de criptoativos com essa nova postura? Pode ser que sejam promessas vazias com objetivos puramente eleitoreiros, ou pode ser que os EUA realmente mudem caso o ex-presidente volte à Casa Branca. Vamos ter de aguardar pra saber.

À essa altura, duas coisas já ficaram mais do que claras:

  1. O Estado desistiu de vez de banir o Bitcoin. Isso ficou óbvio quando a SEC aprovou os ETFs Spot em Janeiro desse ano, abrindo a porteira para que Wall Street entrasse na corrida pra acumular BTC

  2. Embora proibir o Bitcoin agora pareça estar fora de cogitação, a regulamentação imposta pelo governo Biden nos EUA e pela União Européia parece querer coibir a auto-custódia e o uso de ferramentas de privacidade.

Se fosse possível banir o Bitcoin, o Estado já o teria feito. Agora, a reflexão que eu deixo aqui pra você é a seguinte:

Existe algum sinal mais claro da importância de se fazer autocustódia de Bitcoin do que a sanha de marxistas em te impedir de fazê-lo?

Porque é impossível banir o Bitcoin?

O primeiro passo pra entender o Bitcoin é entender o problema que ele resolve.

A maioria das pessoas no mundo hoje ainda não chegaram nesse ponto, ou seja, sequer sabem o que é dinheiro, e porque o sistema monetário atual é, na verdade, um sistema de escravidão disfarçado, que rouba o nosso tempo de vida - representado pelo fruto do nosso trabalho - via inflação. Mas quando você finalmente entende isso, o Bitcoin passa a ser um raio de esperança em um mundo cada vez mais injusto.

Uma dúvida muito frequente que os iniciantes sempre tiveram é:

“Mas se o Bitcoin é tão maravilhoso assim, e tira o dinheiro das mãos do Estado, não é óbvio que o Estado vai bani-lo?”

Seria óbvio sim, se fosse possível. Mas, ao que tudo indica, a classe política já refletiu bastante sobre o tema, e chegou à conclusão de que, se não dá pra banir, vão pelo menos regular e taxar.

Quer saber porque é impossível banir o Bitcoin? Então vem cá que eu te explico…

Existem basicamente 7 fatores que fazem do Bitcoin uma moeda resistente à censura dos governos:

1. Descentralização

Primeiramente, a principal força do Bitcoin está na sua natureza descentralizada. Funciona numa rede peer-to-peer, sem necessidade de uma autoridade central. Esta estrutura descentralizada dificulta que qualquer governo desligue ou controle o Bitcoin.

A rede, distribuída por milhares de computadores mundialmente, garante não só resiliência, mas também resistência a censura.

Cada nó - ou computador na rede Bitcoin - tem uma cópia da blockchain, com o registro de todas as transações que já ocorreram desde o seu surgimento.

Esses nós se comunicam entre si para validar e relatar transações. O importante aqui é que, como cada nó tem uma cópia do blockchain, mesmo que um governo consiga desligar alguns nós, outros continuarão operando. Isso garante a resiliência da rede.

Estes nós estão espalhados ao redor do planeta. Essa dispersão geográfica significa que a rede não fica submissa às leis ou regras de um único país. Se um governo tentar interferir nos nós em seu território, os nós em outros lugares permanecem inalterados.

Além disso, a natureza distribuída da rede torna extremamente difícil para qualquer autoridade central monitorar, controlar ou censurar transações. As transações no Bitcoin são pseudônimas e podem ser realizadas por qualquer pessoa, em qualquer lugar, sem a necessidade de aprovação central.

2. Resistência à Censura através da Mineração

A mineração de Bitcoin, que valida transações e adiciona novos blocos ao blockchain, é um aspecto crucial dessa resistência à censura. Como a mineração é incentivada por recompensas em Bitcoin, há sempre indivíduos e grupos motivados a manter e proteger a rede.

Mesmo que um país proíba a mineração de Bitcoin, ela continuará em outras jurisdições. Isso torna praticamente impossível para um governo controlar ou censurar o Bitcoin em nível global.

A China - um dos regimes mais autoritários do mundo - já tentou por múltiplas vezes banir a mineração de Bitcoin. O resultado? Os mineradores simplesmente desmontam suas operações, se deslocam para outro local, e começam tudo de novo.

3. Atualizações e Melhorias Contínuas:

A natureza open-source do Bitcoin permite que desenvolvedores ao redor do mundo contribuam com melhorias e atualizações. Isso significa que a rede está em constante evolução para se tornar mais eficiente, segura e resistente a tentativas de controle centralizado.

O código aberto do Bitcoin é um pilar fundamental para sua evolução e sobrevivência. Essa característica garante que seu código seja livremente acessível para visualização, modificação e uso por qualquer pessoa. Esta transparência promove um desenvolvimento contínuo, mantendo o Bitcoin atualizado e seguro.

Quando um governo tenta banir o Bitcoin, ele se depara com o desafio de restringir algo que é mantido por uma comunidade descentralizada global. Não existe CNPJ pra multar, não existe CEO pra prender, é uma missão ingrata demais.

Como o desenvolvimento do Bitcoin não é confinado a uma única região, ele pode continuar florescendo em outros lugares, mesmo que seja proibido em um.

4. Acessibilidade Global

A capacidade de acessar o Bitcoin de qualquer lugar com uma conexão à internet é um ponto chave. Governos podem tentar restringi-lo dentro de suas fronteiras, mas existem maneiras de contornar essas barreiras, como VPNs ou a transferência de operações para países mais receptivos.

A característica global do Bitcoin é uma barreira significativa para os esforços de proibição por parte de um único governo.

Com usuários e mineradores espalhados por todo o mundo, o Bitcoin não está sujeito às leis ou controles de um único país. Quando um governo tenta restringir ou banir o uso do Bitcoin, ele enfrenta o desafio de controlar uma atividade que ocorre além de suas fronteiras.

5. Teoria dos Jogos

Além disso, uma proibição em um país pode até incentivar outros governos a adotarem uma postura mais favorável ao Bitcoin, para atrair capital e talentos deslocados pela proibição.

Isso cria um ambiente onde as tentativas de proibição podem, paradoxalmente, fortalecer o sistema global do Bitcoin, demonstrando sua resiliência e a dificuldade de impor restrições efetivas em uma escala global.

Em outras palavras: você não pode proibir o Bitcoin, você só pode SE BANIR DO BITCOIN, e se tornar cada vez mais irrelevante na economia global do futuro.

6. Incentivos Econômicos

A proibição do Bitcoin significa a perda de oportunidades econômicas substanciais.

O Bitcoin tem o potencial de revolucionar indústrias como finanças, remessas e comércio internacional. Governos visionários estão reconhecendo isso e, em vez de restringi-lo, estão adotando o Bitcoin.

Veja o exemplo de El Salvador: este pequeno país de menos de 7 milhões de habitantes, que no passado recente foi um dos países mais pobres e mais violentos das Américas, vem se desenvolvendo rapidamente como consequência das políticas inovadoras e pró-Bitcoin do Nayib Bukele, seu presidente.

Em Setembro de 2021, Bukele aprovou uma lei que adotava o Bitcoin como moeda de curso legal no país, e isso fez com que o país começasse a receber um grande fluxo de turistas e imigrantes apaixonados por Bitcoin.

El Salvador, que até pouco tempo atrás tinha a maior parcela do seu PIB vindo de remessas internacionais de Salvadorenhos que emigraram para países ricos e mandavam dinheiro para seus familiares, agora já tem mais imigrantes do que emigrantes.

7. Apoio Popular

O apoio ao Bitcoin em todo o mundo, com milhões de usuários e investidores, coloca os governos em uma posição delicada. Proibir o Bitcoin significaria ir contra a vontade de uma grande parcela da população, o que pode gerar reações negativas e instabilidade.

Além disso, o Bitcoin agora atingiu um grau de maturidade onde começa a receber aceitação em massa pelo capital institucional. Deixou de ser uma moeda do submundo dos geeks e passou a ser negociada pelos maiores pools de capital do planeta.

Como disse Michael Saylor recentemente: com a aprovação dos ETFs norte-americanos em Janeiro de 2024, foi dada a largada a uma era de “Corrida do Ouro” no Bitcoin, que vai durar cerca de dez anos, pois em 2034 já terão sido minerados 99% de todos os Bitcoins existentes.

Ou seja: os próximos dez anos serão um período em que não só os indivíduos, mas também as grandes instituições, lutarão para acumular o máximo de Bitcoins possível.

Difícil imaginar um cenário em que os governos tentem proibir o Bitcoin agora, parece que já perderam o timing para tentar fazer isso.

Conclusão

Sim, o Estado detesta o Bitcoin. O Bitcoin tira poder do Estado, e portanto é uma ameaça a quem quer centralizar poder.

Proibi-lo seria politicamente impopular, inconstitucional e tecnicamente impossível, além de fazer com que países rivais levem vantagem sobre você.

Como o Estado não pode banir o Bitcoin, ele não vai nem tentar.

Ele terá que se adaptar a essa nova realidade, e já o tem feito. A aprovação dos ETFs e as promessas recentes de Trump nos Estados Unidos são prova clara de que isso já está ocorrendo.

Esteja pronto para o pior cenário: assuma que os Bitcoins deixados em exchanges serão confiscados, assim como o ouro físico foi confiscado nos EUA em 1933 através da Ordem Executiva 6102.

Se você assim como eu valoriza sua soberania individual, faça autocustódia e esteja preparado para ignorar leis injustas. A liberdade e o futuro da sua família dependem disso.

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